Vereador de Ilhéus escalado para atender em Vitória da Conquista no Mais Médico
O Programa Mais Médico, do governo federal, tem o objetivo de levar médicos para regiões carentes do país e garantir o atendimento à população. Roland Lavigne, ao que parece, vai ter que se virar para cumprir a missão. Vereador em Ilhéus e, a partir de hoje, integrante do programa em Vitória da Conquista, o médico terá que se virar e, em uma distância de 270 quilômetros entre as duas cidades, cumprir o mandato com o povo de Ilhéus e o contrato com o governo federal. Segundo reportagem exibida há pouco pelo BATV, o Ministério Público vai acompanhar a performance de Roland Lavigne, na labuta entre as duas cidades. Primeiro por que não há voos comerciais entre as duas cidades e isso dificulta o cumprimento das duas atividades públicas, simultaneamente. Como vereador, Roland tem que comparecer a dois terços das sessões ordinárias da Câmara de Ilhéus. Como médico, cumprir 40 horas semanais atendendo a população de Vitória da Conquista. No meio dos dois compromissos, apenas a Rodovia Ba-263.
De acordo com a promotora Guiomar Miranda, ouvida pela TV Sudoeste, o MP vai acompanhar de perto para evitar que o médico e vereador promova algum ato de improbidade administrativa. Já o dirigente do Conselho Regional de Medicina (Cremeb), Luiz Cláudio Carvalho, afirma que o médico só será alvo de investigação, caso haja alguma falha no exercicio da profissão. O mandato, obviamente, não interessa ao Cremeb. Ouvido pela reportagem da TV Santa Cruz, o vereador Ivo Evangelista, primeiro secretário da Câmara de Ilhéus, se disse surpreso com a posse de Roland em Vitória da Conquista. "A Câmara não foi informada de nada", disse.
Como vereador, Roland recebe R$ 10.021,17 de subsídio. Como médico vai poder dobrar os seus proventos. O programa Mais Médico pagará R$ 10 mil de salário para que ele atue em Vitória da Conquista. O Ministério da Saúde, responsável pela nomeação de Roland Lavigne, já foi informado da polêmica.
Nas páginas das redes sociais, Roland Lavigne publicou, em julho, uma carta enviada à Rede Globo em que opina sobre a presença de médicos estrangeiros atuando no Brasil. Escreveu Roland: Sou médico aqui em Ilheus no interior da Bahia e fiquei comovido com o comentário de Alexandre Garcia no Bom Dia Brasil de hoje. Ele retratou com muita sensatez os problemas com que passam a saúde no Brasil. O Programa Mais Médicos, que me escrevi, na minha opinião foi elaborado no sentido de absorver médicos estrangeiros com dificuldades financeiras em seus países e de fácil manipulação política por parte do Governo. Foi a pressão da sociedade e do Conselho Federal de Medicina que fez o governo recuar e lançar o edital onde seria absorvido preliminarmente médicos brasileiros. Ocorre que as exigências para os médicos brasileiros são tamanhas enquanto aos estrangeiros apenas ser formados em medicina. Acredito que os médicos brasileiros deram demonstração de que querem ajudar o Brasil se escrevendo em massa. Agora o governo pode escolher os melhores brasileiros sem ter que recorrer aos estrangeiros. O feitiço virou contra o feiticeiro.
Ao que tudo indica, nesta terça, Roland não vai estar presente nem à sessão ordinária da Câmara de Ilhéus. Segundo informações do Blog Agravo, Roland vai estar viajando. Tanto que já assinou antecipadamente o pedido de abertura da CEI do transporte coletivo, que deverá entrar em pauta nesta primeira sessão ordinária da semana. Nesta terça, Roland deverá estar acompanhando a mãe dele, Getúlia Lavigne, que deverá passar por um procedimento cirúrgico.